Estou em Palma há três dias, quase quatro. O que já fiz, o que está por fazer (para além do P., claro)? A rota das capelinhas está a meio. Falta o Joan, o Jaume, o Cliff e alguns outros menos importantes. Já fui ao Xisco, ao Fidel, ao François, ao Claudio - sonha com estrelas Michelin e Deus sabe se por esta vez aprovo o sonho. O homem faz os melhores gelados do universo e arredores. A combinação jantar no Gustar e gelados no Claudio vale a viagem de qualquer parte do mundo. Escrevo na Cantina, também conhecida por Alberto ou Ismael. No fundo sou um paisano: os lugares para mim têm o nome das pessoas que os dirigem, porque para gostar de um sítio preciso de gostar do dono. (Isto não é inteiramente verdade e necessitaria de alguma elaboração. Gosto das pessoas porque gosto do que fazem ou de como o fazem. A mecânica não é muito simples mas por agora fica. Um dia desenvolvê-la-ei, se Deus quiser e eu puder.)
Mas a verdadeira questão fica: que me dá Palma que as outras cidades - incluíndo Lisboa - não dá? As relações geográficas são tão difíceis de definir como as amorosas.
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Hoje é feriado em Espanha - día de la Hispanidad - e a maioria das coisas que queria fazer ficaram a boiar na hispanidade. Segunda-feira tenho gente a bordo do P. - hallelujah ! - e portanto esses pormenores só para terça (ou segunda à tarde, com sorte). Realismo é dar pequenos passos quando se o que quer são passos de gigante. Não abandonar, apesar dessa divergência: uma perna quer ir para ali, a outra não passa daqui. E lá se vai andando, a coxear.
(Uma das minhas canções favoritas de Paco Ibañez chama-se A Galopar. Vou mudar-lhe a letra para A Coxear e fazer disso o hino do P.)
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Uma perna a galopar, a outra a coxear: haverá melhor imagem para a minha vida? Não.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.