A primeira surpresa do dia foi no autocarro para o salão do livro: ia cheio a deitar por fora. Domingo, nove da manhã. A segunda foi já no salão propriamente dito: no bengaleiro não paguei nada, porque "sou escritor" (aspas porque me cito). Ou seja: poupei nove francos, pouco mais de a nesma coisa em euros. Ainda há quem diga que ser escritor não compensa financeiramente.
Do salão não guardo muitas recordações: meia dúzia de cartões de visita, uma reunião amanhã (para as fotografias). Não incluo nesta ausência, nesta dúvida, nesta ambivalência os momentos que passei com a minha filha, inapagáveis manifestações da alquimia genética.
Nem o facto de me ter deixado enganar por um vendedor e ter comprado um livro que é uma merda - si tant est qu'il y a des bouquins merdiques, chose que je sais très bien n'existe pas. É simplesmente um livro de que não gosto. Tenho uma desculpa: fala do Burundi e do Ruanda; duas: o vendedor era de uma eficácia redoutable; três: a L. também o queria. Combinámos que o leria e lho passaria. Comecei a folheá-lo no autocarro de volta para casa e lamentei imediata e amargamente a compra. O que me pôs perante um dilema paterno-interessante: dou-lhe aquela porra ou empresto-lha, somente? Opto por emprestar-lha, somente. Por um lado não dou coisas de que não gosto e por outro pode ser que dali saque qualquer informação interessante.
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Hoje à noite há fondue de queijo. Vem cá a G. Já bebi um kirsch, para ir preparando o estômago.
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Amanhã: reunião na Vent des Routes, ver se querem vender as caixas de fotografias.
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Agora; sesta, ver se estes passeios interiores me servem para alguma coisa.
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(Cont.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.