A música é horrorosa, invasora, omnipresente, agressiva. Em todo o lado, partout,
«Eu, Rosie, eu se falasse, eu dir-te-ia
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos, dancemos
Já que temos
A valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
Dum par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha do Van Gogh ...
E assim entre o que eu penso e o que tu sentes
A ponte que nos une - é estar ausentes.»
(Reinaldo Ferreira)
Passo de uma coisa em forma de música mas que não passa de barulho a um dos mais bonitos poemas de Reinaldo Ferreira. Uma das funções desta ilha é levar-nos daqui para fora.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.