28.1.09

Serviço Público - Restaurantes

Uma pessoa (ou duas, neste caso concreto) anda pelas imediações do Chiado à procura de um restaurante onde comer; só lhe aparecem rococós de plástico: conceitos, mesas, toalhas, menus, decorações, sorrisos de plástico. Até as empregadas são de plástico, ou da plástica.

De repente dá de chofre com a Pastelaria - Restaurante "Popular do Capelo", nos nº 8- 12 da rua do mesmo nome. Nem é preciso entrar para ver que se trata de um daqueles bons, velhos, resistentes restaurantes à antiga portuguesa, onde não há uma empregada à vista (se as houver estão na cozinha, o que às vezes até é pena), onde a meia-dose de cozido à Portuguesa chega para uma família de 5 pessoas (enfim, se os três mais novinhos ainda estiverem a biberon e um dos dois mais velhos enfastiado, mas isso é outra questão), e o vinho...

Ah, o vinho; já por aqui o disse, algures: gosto de vinhos, e de mulheres, que deixam um traço, que arranham ao entrar e deixam marcas à saída, que se sentem entre uma e outra. O vinho da casa da Pastelaria - Restaurante "Popular do Capelo" é desses (pelo menos até chegar o cozido. Depois suaviza-se bastante - o que só serve para demonstrar que é realmente boa pessoa).

Fecha aos sábados e domingos - ninguém é perfeito, excepto provavelmente Marilyn Monroe e essa (é porque) já morreu.

2 comentários:

  1. Gosta de «mulheres que deixam um traço, que arranham ao entrar e deixam marcas à saída»!?
    Depois queixe-se de que o amor é um «conjunto de estradas cheio de circunvalações, bifurcações, altos, baixos, stops e rectas sem fim, cruzamentos e passagens de nível» and so on, Luís...
    <:O)

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  2. Cara Fugidia,

    Eu não me queixo do que o amor é - limito-me a constatá-lo (perdoe-me este horrível galicismo).

    E a vivê-lo, às vezes. Mas isso fica para depois.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.