6.11.23

Nas margens da vida

Decidi fazer uns passadiços nas margens da minha vida mas tive de parar quando cheguei ao presente. Ainda tentei projectá-los um pouco no futuro, mas fui progressivamente obrigado a reduzir a duração dessa projecção. Passou de um ano a seis meses, daí a três, depois a um e agora meço em minutos. Sei que daqui a pouco pousarei o telefone e tentarei adormecer de novo. Não sei sequer se conseguirei.

Os passadiços são inúteis. A vida não se faz a olhar para ela.

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