28.9.08

O franciscano

Ele era tão mau a fazer amor, tão pobre, que a mulher deixou de utilizar a expressão "posição do missionário" e a substituiu por "posição de S. Francisco".

Como se chamava Francisco e era um nadinha burro, ele interpretou erradamente a expressão. Estiveram casados a vida toda; ela nunca o deixou: "sozinho, este homem não é viável", explicava às amigas - mas não aos amantes que, de vez em quando, se oferecia. Escolhia-os ou sensuais, ou inteligentes: "Não resisto a uma tentação", dizia, "e já que posso escolher, resguardo-me". Com excepção dos superiores hierárquicos do marido, mas esses eram antecipada e fortemente avisados de que a coisa só duraria se o marido fosse promovido - promessa que não seria, todos eles o sabiam mas todos queriam tentar a sorte, respeitada.

Assim, o senhor foi subindo na hierarquia da empresa, sem nunca suspeitar fosse do que fosse. Aos 50 anos, quando a conheci, ainda era uma bela mulher, alta, loira, com uns olhos azuis imponentes e umas mamas que, dizia-se na cidade, tinham valido uma incalculável quantidade de punhetas a todos os adolescentes que com ela se cruzaram entre os 17 e os 40 anos. Ele chegou a administrador e aí ficou, porque não havia mais ninguém com quem ela pudesse ir para a cama para o fazer subir.

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