12.4.09

Páscoa

Hoje é dia de Páscoa, dia que na minha infância me diziam ser o mais importante, mais importante ainda que o Natal. As minhas relações com a fé e com a religião acabaram - simultaneamente - aos onze anos, quando substituí a missa dominical pela vela, mas esta dissonância entre a importância da Páscoa, que não se vê, é para quem sabe, e a do Natal, à qual não se pode fugir sempre me intrigou, no bom sentido do termo.

Agora, que pouco a pouco vou reatando laços com a religião (mas não com a Fé : o corte foi profundo e não deixou de ir aumentando com o tempo; ao contrário da religião, que se foi deixando ficar pela indiferença mútua) a pergunta continua por resolver, mas noutros termos: qual é mais importante - a esperança, ou a sua confirmação, a sua concretização?

4 comentários:

  1. Se calhar uma depende da outra: ter esperança é fundamental para se achar a força para se concretizar (digo eu, que é assim que tenho conseguido olhar de frente alguns "perigos" - ainda que misture a esperança com uma boa dose de pragmatismo e humor).

    Boa Páscoa, Luís :-)

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  2. Se percebi bem a pergunta, Luís, a resposta, para mim, é a esperança. A esperança pode ser ilimitada e a felicidade tanto se faz dos sonhos que acalentamos, como daqueles que apenas temos. Já a concretização da esperança é, na minha experiência, demasiado limitada. Entre esperanças viáveis e inviáveis, racionais e irracionais, planos e sonhos, não sei que percentagem chegamos a ver concretizada, mas é certamente diminuta. Se só vivesse do que concretizo, sentir-me-ia pobre. Aliás, é porque vivo, cada vez mais, do que concretizo, que me sinto cada vez mais pobre. E que recordo com nostalgia o tempo em que nem o céu tinha por limite.

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  3. Anónimo14:55

    E com que religião?

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  4. Tem razão, caro Anónimo: aos 11 anos só havia uma religião, mas hoje há muitas. Com todas.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.