28.1.11

Jantar de aniversário

Comecemos pelo jantar: três cebolas médias picadas, duas embalagens de bacon cortado aos cubos, uma metade de um enorme de ramo de salsa a refogar num bocadinho de azeite, muito tempo, muito devagar, muito ternamente. Isto feito, juntaram-se dois quilos de lulas cortadas em rodelas e uma garrafa de vinho branco e deixou-se cozer, devagar, outra vez muito devagar. No fim juntaram-se batatas cortadas aos bocados. Oito pessoas regalaram-se, e não sobrou praticamente nada, o que demonstra que um quilo de lulas dá para quatro pessoas.

O apartamento é um estúdio com vista para a Marina e para o cul-de-sac. tem um charme indescrítivel, com as suas janelas por onde o vento entra como se estivesse à procura de um refúgio, as escadas "medievais", como lhes chama o Ricardo, o terraço encastrado entre duas paredes - tudo isto a um preço mais do que aceitável.

Éramos oito: o aniversariante, Ricardo, arquitecto argentino reconvertido em fabricante de colares e anéis artesanais, armador do "LUCERO", um soberbo plano Frers (pai) com 54 anos (a embarcação; a idade do Ricardo permanece indefinida); Aurora, uma navegadora argentina que aos 66 anos parece ter 50 e se prepara alegremente para atravessar o Atlântico sozinha; e Jimena, outra arquitecta argentina, muito bonita e doce, com o seu recém-namorado Eric; François, ex-restaurador em Paris (um restaurante de luxo, imaginem a tensão em que eu estava) com a sua mulher venezuelana; e Jo, uma jovem francesa que às vezes parece um uma ave ferida e outras exala uma energia capaz de mover montanhas.

Foi uma noite boa, com gente boa. Obrigado, Ricardo, uma vez mais. E parabéns, uma vez menos.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.