25.8.14

Diário de Bordos - S. Luís, Maranhão, Brasil 25-08-2014

Quatro pequenas cirurgias, das quais três levaram anestesia e duas pontos. A cavalariça anda chata. E ainda não acabou: vai ser preciso voltar para tirar as costuras. Reconheço que é melhor estar no Brasil do que noutro sítio qualquer para fazer isto: teria custado o dobro ou o triplo.

Ou então teria feito metade ou um terço.

O meu fornecedor de cuidados médicos é a Superclínica, um policlínica barata (a auto-designação é "popular") que me foi sugerida pelo Maciel. Penso - posso estar enganado, claro - que a diferença de preços com outra clínica, a prmeira que contactei (a qual custava mais do dobro) se deve sobretudo às instalações e não à qualidade dos médicos. E ao tempo que estes dedicam aos pacientes. A senhora que hoje me cortou os bocados é adorável e rápida. Muito rápida.

Vou e venho de bicicleta e enquanto espero a minha vez (as consultas são por ordem de chegada) leio os livros que tenho no telefone.

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Daqui a um mês e pouco são as eleições e as campanhas eleitorais invadem o espaço. Para além do som automotivo há os agrupamentos de pessoas empunhando bandeiras dos candidatos e, claro, o tempo de antena.

Enquanto esperava na clínica assiti a uma grande parte do de hoje (enfim, não sei quantas vezes por dia. Imagino que haja à noite também).

As eleições são simultâneas, já aqui o mencionei: autárquicas, legislativas e presidenciais. O tempo de antena dura uma eternidade. O profissionalismo das grandes campanhas é impressionante; a falta dele nas pequenas também.

Como tenho sérias dúvidas - enfim, mais do que dúvidas - sobre a qualidade da classe política brasileira olho para aquilo como se fosse um espectáculo de circo. É o que é. Mas infelizmente só tem palhaços, o que o torna ligeiramente cansativo.

O Partido Comunista ainda concorre com o seu nome e com a foice e o martelo; o candidato (a governador do Estado) da situação e muito provável vencedor faz um video cheio de sorrisos beatos, como se a situação fosse brilhante; o candidato da oposição que tem possibilidades de lhe ganhar - poucas, parece-me; mas ainda a procissão vai no adro - promete água em todas as casas (aparentemente metade dos fogos não tem água corrente. Isto num país que fabrica aviões e é o quarto exportador de armas do mundo).

A campanha é extremamente personalizada. Com excepção do PCB o nome dos partidos pouco aparece.

O voto é obrigatório e percebe-se porquê.

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