8.9.17

Santinímetro (Cascais)

Um gajo que anda - outra vez - a tomar a quantidade de remédios que eu tomo quotidianamente tem direito a gelados, rum, batatas fritas, vinho tinto e mai-lo raio que o parta (a ele, não ao leitor).

Hoje fiz uma mistura mais ou menos desordenada disso tudo, sendo que o gelado (e objecto desta nota) foi um Santini.

A história é longa e deve ser contada: no meu caminho para a estação fui pela Rua do Santini em vez de ir pela Rua Direita porque "é sempre bom confirmar que há uma bicha enorme à porta do Santini e portanto não há risco de poder comprar um" e porque tenho a melhor defesa contra a compra de livros na Galileu: uma angustiante falta de notas na carteira. Não há tentação que sobreviva à estratégia da carteira vazia, assim nomeada em memória dos dias de carteira cheia.

Fui portanto pela Rua do Santini. Folheei rapidamente meia dúzia de livros na livraria mas nem lhes olhei para o preço, nunca fiando; no Santini não havia bicha.

Calma. Chego ao âmago da questão.

O sabor marabunta e o sabor maracujá têm em comum as duas primeiras sílabas, o facto de serem ambos excelentes e o de não se misturarem bem. Isto é, de todo. O jovem brasileiro que me sugeriu a mistura ou ----, ou não percebe nada daquilo (os tracinhos substituem as hipóteses que os leitores acharem plausiveis).

Ou seja: mara sim, mas ou bunta ou cujá. Não as duas.

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