26.9.18

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 26-09-2018

A noite em Palma declina-se, inclina-se, espraia-se. Espalma-se.

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O Ca la Seu estava vazio, o estaminé da senhora argentina onde ia beber um mojito fechado. A Biblioteca de Babel está aberta, mas bebo vinho. Não podem fazer mojitos, é obvio. Não vale sequer a pena perguntar. A caminho de casa páro no Flexas, fecho o círculo.

Comprei um livro, mas está escuro de mais para o ler. Começa com uma afirmação sobre a moda da qual discordo, mas ler coisas das quais discordamos é bom. Das duas uma: ou mudamos de opinião ou reforçamos a que já tínhamos. As duas opções são igualmente agradáveis: trocar um preconceito por outro lembra-me de que são como as pessoas: não os há insubstituíveis. Já reforçá-los é como recuar para melhor saltar. Quanto mais forte a opinião mais difícil mudá-la e por conseguinte mais agradável.

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O dia foi fácil. Foi só meio, praticamente.

Não sei se o conseguirei pôr na água sexta-feira. Depende dos cotovelos para os machos de fundo que vêm de Barcelona. São Truedesign, não quero outra marca. Isto dos machos de fundo tem muito que se lhe diga.

Que se lixe. Prefiro esperar um dia a pôr outro qualquer. Há coisas que não se discutem, como a religião ou determinados cabelos ruivos.

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Vai ser preciso instalar um blower na casa da máquina. A questão é: por onde o vou fazer passar? Onde vai sair?

Não é uma pergunta, são duas. Deslizam pela noite de Palma e só vão voltar a casa amanhã. Óptimo.

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A quantidade de mulheres bonitas nesta cidade só é inferior à de Genebra. Deviam isentá-las de impostos: os que geram só de olharmos para elas compensam largamente.

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Não parei no Flexas. O círculo continua aberto.

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Adenda: Petite note en passant: et celles qui ne sont pas belles ont du chien.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.