14.3.19

Sotavento

Não digas a ninguém, prometes? Vou dizer-te o que nunca disse.

Primeiro: a bicicleta, tão linda. Imagina que à noite só faço pequenos trajectos. Saio da Cossoul e páro no Irreal, saio do Irrreal e o Number Two salta-me ao caminho. Felizmente entre este e o bote não há nada de potável, se não antes andar de patins.

Segundo: a solidão. É tão relativa... Hoje estás sozinho, amanhã cheio de coisas sólidas como granito e depois de merdas gasosas. Ou seja: na verdade raramente estás sozinho, se te considerares companhia.

Terceiro: a vida em geral. Nada a dizer. É o que é.

Quarto: as coisas efémeras, como sentimentos, emoções, o desejo ou o fugaz momento de felicidade que um sorriso alheio te procura. Nada a dizer. Um cavalheiro não navega para barlavento e não suspira pelo que se passou a sota.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.