9.8.19

Hospital

Não saltei o suficiente. Às duas e dez da manhã meti-me  um táxi e vim para o hospital. Não vale a pena falar das diferenças. Basta mencionar que de Gaulle se enganou: África não começa nos Pirinéus.

Já estou anestesiado e cheio de vontade de voltar para casa. Um hospital - por bonito, limpo, moderno, eficaz que seja e este é isso tudo e muito mais - só é acolhedor quando se sofre. Mal a dor desapareça (ou se atenue bastante, como é o caso agora) deixa de o ser. Como se de uma força centrípeta se passasse a uma centrífuga pelo simples efeito da ausência de dor.

Agora espero os resultados das análises. Se tudo correr bem amanhã ao meio-dia recebo os passageiros e não há razão para que não corra tudo bem. A carcaça não é vingativa, pois não?

Não.

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Actualização 0348: hummmm....

Actualização 0439: não é uma, não são duas, são três pedras. A maior é a última, não podia deixar de ser. Todas podem sair pela via natural. Tento dizer ao jovem médico que o melhor remédio é um analgésico poderoso e casa. Não precisa de saber que daqui a pouco mais de sete horas tenho clientes.

O médico já me explicara que é um residente e não pode tomar decisões. Vai perguntar ao compañero.

Quando tinha isto regularmente andava sempre com duas ou três embalagens de Clonix, mas delois deixou de ser preciso, aquilo começou a dar-me cabo do estômago, deixaram de mo vender sem receita médica...  Não sei. Sei que nunca mais o tive e até hoje passei muito bem sem.

Actualização 0525: à frente do hospital, à espera do táxi. A dor voltou, mas a primeira pedra já deve estar no corredor. Merda de noite. Vá lá que o táxi chegou rapidamente.

0539: em casa, na cama. Fim da história. Espero que o hospital me compre o livro. A morada já a têm. 

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.