20.9.19

A poncha e os elefantes

Estou aberto a opiniões diversas mas a música do Number 2 (ou será É prá poncha?) é abominável. Consolo-me dizendo que ninguém vem aqui por causa da música. É prá poncha, estúpido. Esta poncha é a melhor do mundo por uma razão simples e inatacável: é igual à melhor poncha da Madeira e não há melhor poncha no mundo do que a do É prá poncha de Câmara de Lobos.

Os donos são os mesmos, ceci explicant cela. CQFD.

Claro que daqui a pouco haverá uma multidão a dançar, desmentindo alegre e inconscientemente o que acabo de dizer: algumas pessoas vêm aqui dançar.

Acho bem.

As mulheres do Number 2 não são feias porque não são mulheres. São coisas com pernas, mamas e olhos. As pessoas do sexo feminino só começam a ser mulheres aos trinta e cinco anos. Antes disso, são seres humanos que se pintam e tentam reproduzir (ambas sendo aspirações legítimas, é preciso dizê-lo?). Uma mulher pinta-se quando quer e não quando sai à noite e não tenta reproduzir-se por uma de duas razões:
a) Já se reproduziu;
b) Não quer reproduzir-se, pensando - correctamente- que o rebento pode sair igual a ela ou - pior - ao pai.

As mulheres que vêm ao Number Two não respeitam nenhuma destas considerações: são jovens e querem reproduzir-se. Não as aprecio muito, mas gosto desmesuradamente da poncha. É a melhor do mundo.

Uma boa poncha é como aquele elefante dos hindus: suporta um mundo.

[Isto dito, ver hormonas a trabalhar é bonito. Não sabem que estão pintadaa e estão-se nas tintas para determinadas partes do cérebro.]

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.