14.5.20

Onde quer que estejas

Sonho de um sonho, pesadelo de um pesadelo. Acordas dentro de uma redoma que está dentro de outra redoma, mas não consegues ver-lhes as cores. Nem os materiais, o peso, a textura. Perguntas-te se serão efémeras, se perenes mas na verdade não sabes sequer quantas são. Duas? Mais? Envolvem-te, vomitam-te, reabsorvem-te, mastigam-te, passam-te de uma para a outra. Parece-te que mantêm a sua forma perfeita de meias-esferas, elegantemente encaixadas umas nas outras. Não lhes ouves um ruído, não te ouvem, não reagem ao teu esbracejar nem aos teus gritos. Na verdade não as vês, nem elas ti: sabes apenas que estão onde tu estás, onde quer que estejas. 

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.