Passado o filtro ainda me resta uma hora e quarenta e cinco minutos de espera.
Qe saudades tenho das intermináveis filas do aeroporto de Lisboa.
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Na mesa ao lado senta-se um casal de portugueses. Ele de camisa cor-de-rosa, que achou por bem complementar com um cachecol preto; ela com uma coisa inidentificável por um ignaro da moda, estampada com desenhos que fazem lembrar pegadas de leopardo, talvez por causa da cor. Ambos aterradoramente feios e gordos (ela muito mais do que ele).
Duas vítimas da injustiça fundamental da vida, penso, tentando não me lembrar de que não sou propriamente um sósia de Apolo.
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Tempo de sono esta noite: exactamente zero horas e zero minutos e tenho um lugar na coxia. Desta vez os malabarismos para ser o último a embarcar destinam-se a arranjar um lugar à janela, ver se consigo dormir. "Raio do homem nunca está contente", oiço alguém reclamar. "Quando tem lugar à janela quer a coxia, e agora que tem quer o contrário".
"Quando as circunstâncias mudam eu mudo de opinião. V. não faz o mesmo?", dizia um economista famoso.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.