31.7.05

Princípios, meios e fins

Se queres ter princípios, precisas de meios.

Como dizia há pouco...

Cada vez me interesso menos, mas em algumas áreas abro excepções.

The Keys to Your Heart

You are attracted to those who are unbridled, untrammeled, and free.
In love, you feel the most alive when your lover is creative and never lets you feel bored.
You'd like to your lover to think you are optimistic and happy.
You would be forced to break up with someone who was emotional, moody, and difficult to please.
Your ideal relationship is lasting. You want a relationship that looks to the future... one you can grow with.
Your risk of cheating is zero. You care about society and morality. You would never break a commitment.

Mais do mesmo

"Parecia-me a mim que toda a linguagem é um desvio de linguagem".

"À força de chamar minha vida a isto vou acabar por acreditar nisso".

"Tudo se equivale, na longa loucura do corpo".

"Sim, acontecia-me esquecer não somente quem era, mas que era, esquecer-me de ser".

"Porque em mim sempre houve dois bobos, entre outros, um que não pede outra coisa senão ficar onde se encontra e outro que imagina que mais longe estaria um pouco menos mal".

S. Beckett, Molloy

Talento escondido. - Escondido?

Your Hidden Talent
You are a great communicator. You have a real way with words.
You're never at a loss to explain what you mean or how you feel.
People find it easy to empathize with you, no matter what your situation.
When you're up, you make everyone happy. But when you're down, everyone suffers.




(Via Somatos)

É bom saber que tenho jeito para me exprimir. Só é pena é não ter nada para dizer.


PS - "E quanto à minha pessoa, esse fiel passatempo, devo dizer que já não pensava nada nela"

in Molloy, S. Beckett, Ed. Presença, trad. Rui Guedes da Silva

Cem por cento?

No Expresso de ontem Nicolau Santos vem, de novo, batalhar contra a venda a espanhóis de empresas portuguesas. Raramente estou de acordo com o que ele escreve, mas acho que o artigo de ontem faz prova de uma má-fé intelectual pouco habitual naquela coluna.

Não é, obviamente, porque os empresários portugueses são corruptos e incompetentes que se deve aprovar a venda das suas empresas a espanhóis (já agora, e se for a ingleses, ou franceses, ou alemães, ou americanos)?

É por uma razão mais simples: uma empresa, se quiser crescer (ou sobreviver) no mercado internacional necessita de uma certa dimensão. E algumas empresas portuguesas - de resto, ambiciosas e com razões para o ser - preferiram integrar grupos maiores e mais fortes, assegurando assim o seu crescimento e a sua longevidade.

Não é preciso ser uma "pura vestal do neoliberalismo" para aceitar isto.

30.7.05

Mudanças

Em breve o Don Vivo começará a ser editado: vou cortar os posts de que não gosto. Oxalá não desapareça...

29.7.05

Motivações

Não é o dinheiro que me faz correr. É a falta dele.

27.7.05

Bjørn again

Um artigo a ler. Prefiro a posição de Bjørn Lomborg, obviamente, sintetizada nesta frase simples e lapidar: "Let's Try Priorities, not Propaganda".

Véritable mauvaise foi

President Chirac has officially raised the French terror alert from "Run" to "Hide". There are only two higher alert levels in France, which are "Surrender" and "Collaborate". The rise was precipitated by a recent fire which destroyed France's white flag factory - effectively crippling their military effort.

21.7.05

Palavra horrorosa

Parabenizar. Provavelmente a palavra mais feia de todo o léxico português. E ainda por cima é um neologismo.

19.7.05

O amor e a ecologia

- "Só como carne biológica", dizia-me um amigo recentemente. "Nunca fiz amor com um robot, que eu saiba".

17.7.05

Palavras feias

P: Piorreia / Peida / Peido
R: Rebanho

15.7.05

Palavras bonitas

H: Hermético
A: Abúlico / Ameuter
M: Meute

Breve passeio pela blogosfera

PeterBlood goes to Lisbon
Casmurro
Cocanha
Direita Liberal

Empreendorismo

A palavra "empreendorismo" está muito na moda. Mas a verdade é que é mais fácil convencer um português a investir na D. Branca ou no Pedro Caldeira do que numa empresa. Eles sim, são (ou melhor, foram...) empreendedores.

14.7.05

Certeza II

Por baixo dos lençóis espreita um joelho. Há pouco utilizaste-o para me percorrer o ventre, as coxas. Também me lembro dos trajectos que na tua pele desenhei. Às vezes, pergunto-me se a melhor parte do amor não será o pequeno almoço a dois. Não é.

Vontades

A vontade é sempre a mesma: pedir-te para não falares, não falarmos; deixemos os nossos olhares, os nossos tactos, os nossos olfactos, e paladares, falar por nós. Afinal é para isso que aqui estamos, nesta cama barulhenta, nesta noite inquieta, nesta catadupa de respostas sem questões, de perguntas sem respostas.

Perguntas-me, por exemplo, porque gosto de ti. Posso ser honesto, e dizer-te que não gosto de ti; ou ser honesto, ainda, e dizer-te que não sei; ou ser desonesto e mencionar a tua inteligência, os teus olhos, os teus seios, o teu ventre, que sei eu?

Não sei nada: e não gosto de falar do que não sei. Não falemos, portanto. Não digas nada, não me olhes com esses olhos inundados de desejo e de prazer e de dúvida, não me toques com esses dedos ávidos, não chames por mim como se num abismo caísses. Não faças nada. "Lie still", lembras-te?

Deita-te quieta a meu lado, não deixes sequer o teu desejo aflorar-me a pele, não me fales de sede, não me fales do vento que nos percorre as peles, não me fales de nós, de ti, de mim. Não me faças amor, não me peças para to fazer: não deixes que tudo o que no teu corpo não fôr a ponta dos seios me toque, ou os joelhos, ou a pele do ventre.

Deixa, simplesmente, que o Santo Corpo desça em nós, e a nossa epifania se faça em nós, apesar de nós.

Ad nauseam

É sempre a mesma coisa. Sempre foi assim; vejo-me grego com o amor. Literalmente: a minha primeira paixão avalassadora foi por uma grega, numa colónia de férias suiça. Ela era muito mais velha que eu e a coisa ficou por ali. Hoje as coisas tendem a não ficar "por aí". E a pergunta faz muito mais sentido, porque hoje há blogs e há corpos, coisas que não havia antigamente: era preciso amar, também. O dilema é simples:

a) Você vê uma rapariga num bar e acha-a atraente;
b) Você lê o blog de uma rapariga que nunca viu e acha-a atraente;

Qual das atracções é mais... - que palavra utilisar: válida?, verdadeira?, interessante?

A verdade é que já não conheço ninguém que tenha conhecido num bar, e conheço muita gente que conheci num blog. Penso portanto que a opção b) é mais válida, estatisticamente, que a opção a).

Acontece contudo que a rapariga "b)", no momento em que você a conhece, se revela um traste - fisicamente (claro; se o blog ou os mails fossem trastes, você não a procuraria). E - é frequentemente o caso, infelizmente - a rapariga "a)", depois de uma noite, ou meia noite, de sexo, se revela totalmente desinteressante.

Ad nauseam, meu caro...

13.7.05

Democracia

Ao contrário do que muitas vezes se pensa, e eles nos dizem, o objectivo dos políticos quando vão para o Governo não é fazer o que é bom para o país. Um político vai para o Governo com o fito único de ser re-eleito. O que é compreensível: se ser eleito é o reconhecimento das suas qualidades, ser re-eleito (não necessariamente em mandatos consecutivos) é o reconhecimento da sua "obra".

Daqui se infere que, entre duas opções, o político não escolherá a que ele pensa (ele ou a sua equipe técnica) melhor, mas sim a que lhe dará mais votos, ou lhe tirará menos: a Ota, o TGV, o terminal de contentores em Alcântara disso são exemplos mais do que perfeitos.

Compete aos cidadãos eleitores organizarem-se e criarem formas de fazer ver aos políticos que se optarem por certas escolhas perderão votos (ou não... - mas isso é outro debate).

PS - A manutenção do terminal de contentores em Alcântara é um erro tão clamoroso como a Ota ou o TGV - mas ninguém fala disso, porque o mar, e as coisas dele, há muito estão ausentes do nosso quotidiano.

Breve passeio pela blogosfera

Semiramis;
Crónicas e Textos de Alberto Gonçalves

11.7.05

Mais um tiro no pé (como se ainda tivéssemos pés...)

“No Diário de Notícias de hoje confirma-se a triste notícia que li ontem no Céu Sobre Lisboa. Copio aqui o comentário que lá deixei, com algumas modificações menores. Hoje estou um pouco mais revoltado: cada vez acredito mais que não há safa: vivemos e trabalhamos para sustentar funcionários públicos e políticos parasitas, incompetentes, incapazes, indiferentes ao interesse comum:

"A zona de Âlcantara devia ser dedicada à Marinha de Recreio. Um terminal de contentores no centro da cidade não faz, pura e simplesmente, sentido. A Doca do Espanhol poderia ser uma Marina (que é, como se sabe, um projecto imobiliário) magnífica, com espaço de construção, espaço para mega-iates, animação, perto do centro da cidade, do aeroporto, da foz do rio, espaço para área técnica - enfim, podia ser. Mas não é, e não será.

Serão eles idiotas? Não. Em recente conversa com uma responsável da APL (Administração do Porto de Lisboa) a senhora disse-me, candidamente:

- Pois, mas quem me paga o salário não é a navegação de recreio, são os contentores. - Perante o meu olhar atónito, ela continuou: - 70% do orçamento da APL provêm da Liscont (a empresa que gere o terminal).

Não penso que seja factualmente verdade; mas, ou arranjamos lugar na Comissão Europeia e somos colocados em Lisboa, e temos uma vida boa como não as há em mais lado nenhum da Europa, ou emigramos para Espanha - Barcelona, por exemplo, que reabilitou brilhantemente a sua orla marítima; ou Valência, que o está agora a fazer.

- Um terminal de contentores exige espaço, muito espaço. Se não o tiver, não será nunca competitivo;
- Um terminal de contentores implica quantidades enormes de camiões de 40 toneladas (mesmo que se façam caminhos de ferro, os contentores não são todos escoados por comboio);
- A 100 km (cem kilómetros, 1 hora de auto-estrada) há um porto que pode movimentar contentores de Portugal e Espanha, e de cuja estrutura accionista faz parte um dos mais eficazes operadores de terminais de contentores do mundo;
- Lisboa tem condições magníficas para a Marinha de Recreio, como a recente candidatura à America's Cup demonstrou;
- A Doca do Espanhol está "feita" - basta reconverter os edifícios, tirar de lá os restaurantes flutuantes que além de ocuparem o espaço de 40 ou 50 barcos não pagam rendas há anos (e se pagassem não seria o equivalente aos tais 40 ou 50 embarcações) - os estaleiros navais ao lado, privados, reconverter-se-iam de per si em área de apoio técnico; tudo isto sem necessidade de investimentos públicos, porque qualquer operador de marinas normalmente constituido venderia a família para poder gerir um espaço daqueles.

Mas não se pode parar esta loucura? Quem lhes paga os salários, e as incompetências, somos nós!”

10.7.05

Assimetrias incompreensíveis e perigosas

O senhor Omar Bakri Mohammed pode dizer coisas destas (post "O Terror em Londres") e não lhe acontece nada. Alguém lhe chama "filho da p... de árabe" e é provavelmente condenado por racismo.

8.7.05

Londres

Os misericordiosos voltam a atacar.

6.7.05

Paris

Não conheço suficientemente bem Paris para dizer que este, ou aquele, canto é o meu favorito. Porém, quando estou sozinho, como hoje, e ansioso (como ontem e há vinte anos), um dos sítios onde gosto de ir é ao Canal St. Martin.

Gosto de imaginar aquele troço de água agora inútil percorrido por barcaças, puxadas por cavalos; e imagino os inúmeros cafés de hoje com os cheiros, e as roupas, e os barulhos de antigamente.

Quem, pela primeira vez, me mostrou o canal foi uma amiga marinière, termo feio e enganador que designa os marinheiros da navegação fluvial. Ela amava perdidamente o Sena, e rir, e com ela partilhei algumas noites e muitos risos, e percorri as margens do Sena e este canal, cicatriz mal fechada de um passado que, em Paris, está tão próximo, sempre.

Gosto de Paris, é verdade, gosto das memórias que de lá trago, das pessoas que conheci, dos momentos, e sonhos, que lá vivi. Mas não consigo impedir-me de pensar que Paris é uma cidade irremediavelmente condenada a olhar para trás, incapaz de pôr, no Canal de St. Martin, outra coisa que não o tempo que foi, e não o que será. Ao contrário de Londres, onde o futuro nos salta aos olhos de onde quer que olhemos, dos sítios mais inesperados, dos monumentos mais antigos. Talvez seja essa a grande diferença: em Londres vê-se o futuro, em Paris lembramo-nos do passado.

Restaurante Familiar

O Restaurante Familiar Cana'bar fica perto da estação de Montparnasse e é isso mesmo: um restaurante familiar. As mesas têm toalhas encarnadas aos quadradinhos de plástico, a empregada tem um daqueles traseiros pelos quais montanhas se movem, cabeças se perdem e casamentos se desfazem - e fariam a seguir, se para aí ela estivesse voltada; - a que se junta, para mais, um par de seios de iguais propiedades; a pele é negra, tão negra que o espelho não a reflecte, o sorriso bonito e o olhar franco.

A comida é boa e barata, o vinho medíocre e barato, e o serviço - desempenhado com esmero pela dita empregada é - como dizer? fabuloso? Em vez de andar parece que rola sobre duas esferas perfeitas, equilibradas um pouco mais acima e do outro lado do corpo por outras duas perfeitas esferas. O conjunto é de uma harmonia indescrítivel, e potente, muito potente.

3.7.05

Um post optimista

Bebo um Ti'Punch em La Rochelle e oiço boa música; é aquele momento do dia em que as muheres são mais bonitas, o ar tépido, a luz espessa, e imagino que o passado acabou, finalmente. Começou o futuro, pela milésima quinquagésima terceira, e última, vez.

2.7.05

Auto-retrato

Je n'ai guère un corps attirant à première vue, force est de le reconnaître; ni à la deuxième, d'ailleurs. Imagine la cinquantième...

Os conselhos do Dr. Meio-Vivo

I - DESGOSTOS DE AMOR

Entre os 15 e os 25, e a partir dos 45 anos, é infelizmente frequente termos que lidar com desgostos de amor (entre os 25 e os 45 não os há: só há relações que se terminam, ou que não funcionam, ou casamentos que se desfazem). Refiro-me, claro, àqueles desgostos de amor "estruturantes", "definidores" - os que definem, ou você pensa que definem - a sua vida futura.

Se tem entre 15 e 25 anos, o remédio é simples: uma ou duas garrafas de um álcool qualquer, um livro do Eugénio de Andrade para se aperceber bem de tudo o que acaba de perder, e um fim de semana em casa, "longe de tudo". Experimente e vai ver que passa.

Se, em contrapartida, a ou o leitor amável tem mais de 45 anos, o caso é mais difícil e mais caro, mais penoso e mais demorado. O meu conselho, baseado em inúmeras experiências, é: um avião para uma cidade francesa - pode mesmo ser Paris, por exemplo - um restaurante sublime (L'Opportun, Bld. Quinet 62, Paris XIV, serve perfeitamente). Deve encomendar-se um bom prato - por exemplo, Épaule d'Agneau en Papillote - acompanhá-lo por um bom vinho (para o borrego, gosto de Brouilly). Esta combinação - avião, restaurante e vinho - leva-nos, inexoravelmente, para longe de tudo. E faz-nos pedir, implorar, muitos desgostos amorosos, muitos, um por dia no mínimo.

A fase seguinte do tratamento consiste em transformar uma mera experiência sensorial numa experiência teológica. E para isso há que encomendar queijos - St. Félicien, Camembert, um queijo de cabra em cinza, por exemplo. São raros, muito raros, os momentos em que acredito na existência de Deus; face aos queijos do M. qualquer coisa, eleito "Meilleur Ouvrier de France", não só acredito na Sua Divina existência como penso seriamente que Ele vive em França. (A isto chamo o "Milagre Francês": você sai do seu país convencido, a justo título, que a França é um país de chatos pedantes e socialistas, presididos por um delinquente de direito comum - pelo qual eles optaram, correctamente, porque a alternativa era um atrasado mental ultra-nacionalista, negacionista e xenófobo - que ainda não se apercebeu que a Fraaaaaaança já não é a potência que em tempos foi, e ao fim de meia dúzia de horas apercebe-se que o país é sublime).


II - PROBLEMAS FINANCEIROS

A terapia acima descrita tem outra vantagem: é que transforma um desgosto de amor num problema financeiro, desviando assim a atenção para outro terreno, quiçá mais trivial mas melhor conhecido, muito melhor conhecido.

A terapia para os problemas financeiros é simples: basta lembramo-nos da existência dos hamburguers do MacDo, da sanduicheria ao lado, dos Hot Dogs; esquecer rum, whisky, cocktails e charutos Montecristo nº 4 (a perfeita combinação de tamanho e gosto) e pensar que milhões de pessoas em todo o mundo bebem cerveja; e lembrarmo-nos que a leitura é um passatempo enriquecedor, neste caso duplamente enriquecedor.


III - PROBLEMAS DE PESO

Na próxima lição trataremos dos problemas de peso induzidos por esta terapia.

1.7.05

Escrever

A dificuldade de escrever não são as palavras: é cortar as que estão a mais - quase todas.

Vento

O horizonte é o castelo, a sua torre de menagem. Gosto destas noites que, não fosse o vento, seriam insuportavelmente quentes. Muito baixa, mesmo por cima do horizonte, está Orion, e as Três Marias, e a memória do desejo que tenho de aqui estar contigo.

A simpatia da empregada do restaurante é contagiosa: ela parece-se com as falésias de Dover num dia de chuva, mas é infinitamente mais afável. O gaspacho está esplêndido; o vento, de todos os elementos aquele que eu prefiro, também.

Uma noite sem vento, costumavas dizer-me, é como uma mulher sem alma; dizias-mo nos dias de calmaria, tempo interminável em que ficávamos a pairar em pleno Atlântico, em que o amor substituía aquela calma mortal, em que me davas a ver, e a tocar, a tua alma, todas as tuas almas. Eras um tufão, tu sozinha; e nós os dois éramos outro, melhor.

Mais tarde, muito mais tarde, encontrávamo-nos numa cidade sem torre de menagem, sem vento, sem Orion - apenas o tufão era o mesmo, os mesmos. Tu tinhas mudado, e eu também: sabíamos agora que o amor é um auto-estrada cujas peagens são caras, um ciclone cujos estragos se pagam a dobrar. Já não acreditávamos em boleias, nenhum de nós; e o amor desconfiado era uma novidade, para ti como para mim.

- Força - dizia-te. - Acredita em ti, no teu direito à felicidade. E lembra-te que para a tua a minha não conta, ou muito pouco: todo o amor é egoísta. Alimenta-se do que o outro nos dá, do que do outro temos em nós, do que do outro nos apoderamos. Por isso te amo; assim quero que me ames.

Paráfrase

"La tristesse tranquille".

Queixa de Portnoy, versão 2

Não passo de um saco de serotonina.