25.5.06

O fim da história

Não se pode dizer que a memória se dissipa: sais-me do corpo, do coração, mas não da mente. E, cada vez que vejo uma cabeleira loira mais alta que as outras, um corpo alto e esguio e belo como o de uma estátua dessas que comemoram um feito da humanidade, ou a igualdade, ou a justiça, sei lá, tudo coisas pelas quais lutas e nas quais acreditas, ainda sobressalto.

O aeroporto já não me parece vazio porque não vieste esperar-me, ou trazer-me; tal como a cidade, de resto. Ontem fui comer a um restaurante onde tantas vezes fomos; e passeei pelas ruas e vielas que me mostraste. Não foi tristeza o que senti; nostalgia, talvez. Queria comprar-te flores, mandar entregar-tas em casa, mas não tive tempo. Fica para a próxima.

Assim saímos da vida um do outro - se calhar, como nelas entrámos: devagar, sem amanhãs e sem ontens, sem grandes expectativas nem grandes medos: foi uma história bela porque tu és bela, rica por causa do teu humor e bonita por causa da tua inteligência. Uma história por ti e para ti.

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