5.10.09

Pudicícias - II

Em recente conversa sobre Isaltino de Morais, defendi que o homem ia ser eleito porque é um bom presidente da Câmara. Ponto final.

O poder democrático é um contrato implícito: "nós elegemos-te para o cargo que queres, e em contrapartida tu dás-nos aquilo que nós queremos. E desde que tenhamos aquilo que queremos, trata de ti". O que não é grave. Muito mais o é quando as pessoas são eleitas e não cumprem a sua parte do acordo. ("Trata de ti" deve ser visto em sentido lato: sou daqueles que acredita que há pessoas que vão para a política por sentido de dever; estão a "tratar delas").

Se, na troca, o eleito se abotoar com um bocadinho mais do que estava previsto, e der também aos eleitores mais do que aquilo a que eles estão habituados, é perfeitamente normal e compreensível que estes o reelejam. Pena é que a bitola dos eleitores esteja tão baixa - mas disso não se pode acusar Isaltino de Morais.

(Por isso penso que a democracia directa é o melhor dos sistemas políticos, mas isso é outra história).

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