18.11.14

Barcos, famílias

Há pessoas que têm barcos como outras se casam ou têm filhos: por acaso, porque toda a gente tem, porque sim. Depois, claro, o casamento desfaz-se, os filhos tornam-se punks, padres ou adolescentes e tudo acaba em lágrimas,  advogados ou polícia.

Não é essa a forma correcta de ter um barco. Tem-se um barco como se tem uma mulher que se ama, ou filhos: porque sem ela, sem eles, sem ele a vida não é vida, é um ersatz de existência sem sentido e sem conteúdo.

Acresce que um barco não se pode ir embora sem nós e deixar-nos especados no cais como se tivéssemos deixado de existir.

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