6.6.19

Dicionário Khazar, exemplar feminino

Conheço pelo menos uma pessoa (uma, só uma) que tem a sorte de ter lido o Dicionário Khazar, de um autor serbo chamado Milorad Pavić.

Passei um dia relativamente estúpido (relativamente está ali só para relativizar, espécie de redundância redundante mas útil, para me lembrar de que o dia podia ter sido muito pior: todos os dias podem ser piores). Essa pessoa - a quem de resto dedico este post, apesar de merecer muito melhor - conhece os Balcãs e disse-me um dia que almeja ler o Dicionário no original serbo.

Não aspiro a tanto. A versão francesa chega-me perfeitamente e chegou-me recentemente às mãos. Está aqui ao meu lado; se eu tivesse juízo estaria a lê-la em vez de escrever disparates. Isto dito: C., o meu exemplar é feminino.

(Adenda, para quem não sabe: imaginem um livro escrito em conjunto por Borges e por Vila-Matas; exponenciem-no à potência dez; injectem-lhe uma mistura de LSD, álcool e cocaína (em micro-doses, só um cheirinho de cada); banhem-no numa mistura lúdica, irónica, culta e furiosa. Leiam. Releiam. Leiam outra vez. Repitam ad infinitum.

Digo isto, mas não toco no livro para aí há vinte anos. Não sigam o meu exemplo.)

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