14.8.19

Diário de Bordos - No mar, Baleares, Espanha, 14-0i-2019

Força três a um largo e o Hanse galopa entre os sete e os oito nós, apesar de ter um lenço de assoar a fazer de estai, uma grande de enrolar no mastro e o bote a reboque, com o motor em baixo (não o consegui levantar, vá lá saber-se porquê). Pode ser uma merda, estar cheio de rodriguinhos, mas que anda anda.

Na verdade ê injusto dizer que é uma merda: é feito para o que é. Quem compra um Hanse sabe que poupa na compra o que vai gastar em manutenção - se o utilizar demasiado - mas esta é aos poucos e aquela de uma vez. Vá lá que pelo menos o gerador é um Panda.

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Lua cheia, mar chão: as senhoras estavam deliciadas. Eu também.

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Pus a máquina a trabalhar,  devagarinho. Não serve de nada chegar às cinco da manhã, tanto mais que vamos fundear numa praia bastante exposta e ainda haverá ondulação residual de certeza. Pedido do senhor, um tipo cinco estrelas e meia. Quer fazer uma surpresa à mulher, que merece as surpresas todas e mais alguma.

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Estes dias foram confusos, do ponto de vista da meteo, mas é impossível não reconhecer (no sentido de agradecer) a enorme evolução dos últimos vinte anos. O aumento da capacidade de cálculo transformou uma actividade que oscilava entre o cara ou coroa e o abracadabra numa ciência quase exacta.

Agora só falta liquidar o quase.

A verdade é que hoje o vento respeitou as previsões: a meio da noite caiu e agora - quatro da manhã - ainda estrebucha. Não tarda tenho de enrolar os trapos, salvo seja que são novinhos, o barco é deste ano.

Feito. Força zero, mar chão, Lua cheia: quando penso que já detestei o motor...

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