15.12.19

Contas mal feitas

O gajo que lá em cima comanda estas coisas anda um bocado desorientado. Compreende-se facilmente que era preciso fazer-me pagar estes dias de intensa felicidade, a alegria que foi ter o livro na mão, a magnífica festa de agradecimento a quem o encomendara antes.

Pronto, ísto é um dado adquirido. Tudo se paga, neste mundo.

Mas o senhor meteu os pés pelas mãos: fez-me perder o telefone no táxi e ter tanto azar que ninguém mo entregou, coisa pouco frequente aqui em Palma. Não chega para o empate, mas anda lá perto. Em contrapartida, a minha bicicleta Peugeot, que na escala dos meus amores ciclistas está ao nível da Rolex Voadora - infamemente roubada de um quinto andar em Lisboa - ficou na rua estes três dias e quando a meio do dia volto para casa vindo do P. vejo-a no seu lugar de dia habitual. Um bocadinho chateada comigo, mas enfim, nada que duas ou três voltas pela cidade não tenham acalmado. A felicidade está de novo a ganhar.

Depois de meia dúzia de incidentes desnecessários no processo de obtenção de um telefone novo - que está em vias de resolução, mas ainda longe disso - o homem enfia-me uma gripe em cima. Não é bem uma gripe, é a mãe de todas as gripes, parafraseando aquele benfeitor da humanidade que a esquerda gosta de defender.

Fazendo as contas, devo dizer que o homem dos dados ainda não conseguiu fazer-me pagar estes três dias. O que me assusta sobremaneira, oh se assusta. Se uma gigantesca gripe e dois ou três dias (úteis) sem telefone não chegam, o que será preciso?

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