30.3.20

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 30-03-2020

Não escrevo, não leio e trabalho menos do que quero trabalhar. O dia começou tarde e mal (nem sempre é assim, nem sempre estes dois se sobrepõem. Hoje aconteceu porque o dia que amanheceu foi o de ontem, alguém se esqueceu de os trocar).

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Fragmento:
«Sempre fui estranho a Portugal, país que amo mais do que aprecio e - menos ainda - comprendo.» Ao fim destes anos todos consegui reduzir a uma só frase a minha relação com Portugal. Arre, já era tempo.

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Quase-fragmento: «Os marinheiros não morrem. Transformam-se em sal e voltam para o mar.» (Para mim, que isto aconteça em Bequia, por favor.)

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«Estamos a combater esta pandemia com métodos da Idade Média.» Não retive quem disse isto, mas parece-me a maior verdade desde que o grego saiu nu da banheira a gritar Eureka! Eureka!

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Isto dito, o que este vírus nos ensina é que há muitos denominadores comuns a toda a humanidade e um deles é o medo. Medrosos de todo o mundo, uni-vos. (É mais bonito do que Cobardolas de todo o mundo, mas infelizmente está demasiado perto de Merdosos de todo o mundo, que seria uma injustiça. Nada do que é humano me é estranho, por um lado. E não sou imune ao medo, por outro. Sou imune à cobardia, isso sim.

E mesmo assim quantas vezes não o fui já? [Poucas, mas poucas é diferente de Nenhuma.])

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A ver se amanhã o dia muda. Estou farto deste.

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Imunidade de rebanhio deve ser a única coisa que um rebanho tem de bom.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.