30.12.20

Status

Em Portugal, o telefone não é um instrumento de trabalho. É um utensílio de status. Um assunto que falando se resolve em trinta segundos exige o envio de um e-mail, pela simples razão de que a pessoa com quem precisamos de falar não responde a telefonemas de pessoas que não conhece. Se for uma «celebridade» (entre aspas porque é irónico) olaré se não responde logo. Resultado - perde-se tempo a escrever, perde-se tempo a ler (se o ler, o que admitidamente nem sempre é o caso por manifesta «falta de tempo») e perde-se tempo a responder (ditto). O mesmo se aplica à pontualidade - chegar atrasado é mostrar ao outro que se é dono do seu (dele, outro) tempo. Espero ansioso o momento em que ser educado volte a ser um símbolo de status. Ah, e a eficiência também.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.