24.1.21

Como encher revistas Maria

A certa altura da minha vida, aprendi que a culpa não é dos outros. Foi uma aprendizagem por etapas: primeiro, é preciso aprender a distinguir culpa e responsabilidade. Depois, aprende-se o lugar certo de cada uma. Finalmente, aprende-se que às vezes a culpa e na maioria delas a responsabilidade é nossa. Finalmente, deixamos de nos concentrar na culpa - aprendemos que não somos nem super-homem nem um santo nem Jesus - e aplicamos o conceito de responsabilidade. 

A culpa pode ou não ser minha. A responsabilidade é, sempre ou quase sempre.

Sabias perfeitamente o que vinhas encontrar e não te enganaste, ao contrário do que tantas vezes te acontece. Portanto, meu caro, se fosse a ti não perderia sequer tempo a saber por que raio de carga de água estás a dormir num barco que é uma mistura de armazém e estaleiro, sem condições nem para escreveres. Não percas tempo com o acessório. Concentra-te no essencial e lembra-te: tens a vida que escolheste. O resto é conversa de encher revistas Maria. 

Canta-lhe laudas: nem todos podem dizer o mesmo.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.