28.1.23

Diário de Bordos - Genebra, Suíça, 28-01-2023

Ao contrário de muita gente, prefiro viajar na TAP a viajar em qualquer outra companhia (das que conheço. Nunca viajei na Emirates, por exemplo). A TAP só é péssima até se entrar no avião. Uma vez lá dentro transforma-se naquilo que nós somos: cordiais, flexíveis, atentos. O diabo está nesse «até se entrar no avião». Hoje tentei reservar o meu regresso a Lisboa na nossa «companhia de bandeira» (aspas porque ironizo) e mais uma vez não consegui. Vou de Easyjet, uma companhia pela qual não morro de amores - sobretudo quando, como foi o caso hoje, o preço é igual ao da TAP. Quando é mais barata ainda vá que não vá, o que não tem remédio remediado está. Mas sendo o preço praticamente o mesmo irrita-me esta necessidade que nós temos de ligar o complicómetro e a ele juntar a negligência ou incompetência ou seja o que for. A TAP é uma excelente montra do carácter português: inapto por fora, mais do que aprovável por dentro.

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Breve apresentação de uma psicóloga: «Dá consultas privadas sobretudo no âmbito das seguintes problemáticas: traumas, medos, fobias, depressão, bordeline, bipolaridade, dor de luto, dificuldades relacionais, violência doméstica, divórcio, aconselhamento parental, consulta de casal. As populações visadas são: Crianças, jovens, adultos e séniores». Apeteceu-me perguntar à senhora se é especializada em «Tudo» ou em «Quase tudo» e se por acaso pode incluir animais de companhia («cães, gatos, lagartixas, mini-hipopótamos, caracóis, periquitos e corvos» nas «populações visadas».

A psiquiatria em Portugal anda pelas ruas da amargura - se bem tenha recentemente ouvido dizer que está a melhorar - e das duas uma: ou a senhora é uma excelente generalista (espero que seja o caso) ou é «especializada» em demasiadas «problemáticas» (aspas porque ironizo e porque cito).

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Detesto fins de semana e este não é excepção. Quando se espera qualquer coisa vinda de uma empresa ou de um organismo público a única vantagem que têm é saber-se de antemão que nesses dois dias não se receberá o que se espera. Já quando trabalho não tenho razão nenhuma para gostar ou deixar de gostar: são dias de trabalho iguais aos outros. Em Genebra têm outra vantagem: são os dias do passeio ao campo, passeio mais ou menos longo em função do tempo, do cansaço e da disposição. O de hoje foi curto e quase dentro da cidade. O sítio é bonito, ao longo de um ribeiro chamado Aire, na comuna do Grand-Lancy. A cadela regalou-se e eu só lamentei a luz estar uma porcaria e não dar para fotografar fosse o que fosse.

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