Soberbo jantar no Tentações de Goa com o V. da C. P. Há amizades assim. Parecem sair do nada - já não me lembro de como o conheci, sequer - não requerem quilómetros de estradas comuns, alimentam-se de coisas poucas: um excelente jantar, um gosto comum por duas ou três coisas, um reconhecimento do outro, um telefonema de vez em quando. "Estou a ligar só para saber como estás." O que define e resume a amizade é este "só". É muito, só para saber como estás. "Estou bem, obrigado. E agora estou melhor, porque tu me telefonaste só para saberes como estou."
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Por razões demasiado longas para explicar aqui ainda não sei se regresso amanhã a Caminha se na quarta de manhã. O mesmo se aplica com o regresso a Palma: ainda não sei se vou na sexta, no sábado ou quando vou. Isto não é só funambulismo em corda bamba. É não ter corda.
Não me queixo. Constato, simplesmente. (O verbo constatar está quase a adquirir a nacionalidade portuguesa. Devemos deixar de o tratar como se fosse estrangeiro.)
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Recorrendo às pernas, a táxis, Uber, autocarros e metros consegui fazer tudo o que tinha previsto para hoje. Só falta o que não depende inteiramente de mim. A tal corda bamba que não é corda.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.