31.1.25

Imperfeito, quase perfeito, mais-que-perfeito

Rédea solta à minha histórica ansiedade, que me agradece impedindo-me de dormir. Consolo-me pensando em francês, língua cuja beleza me embala. (Jogo de palavras válido nos dois idiomas, apresso-me a esclarecer.) É uma beleza feminina, cheia de curvas, circunvalações e apetites escondidos sob uma aparência austera. Penso nos tempos verbais, na circularidade do tempo, na sua imutabilidade, por assim dizer. Nas palavras que me preenchem as sinapses. Agradeço à natureza serem tão poucas (as sinapses. Palavras são muitas, demasiadas). Uma vez expulsas (as palavras) é possível que o sono ocupe os espaços por elas deixados livres, como nas histórias de marionetas em que o polícia e o pobre se alternam.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.