28.8.20

Plaka e muitas outras coisas que agora não se vêem

Habito esta carcaça que pouco a pouco se desfaz. É como viver dentro de um terramoto ao retardador. Aquela semana em Atenas depois do sismo foi uma antevisão do que me espera: tudo colapsa à minha volta menos o M. e respectiva, o dono da pensão (nessa altura não havia hostels), eu. Éramos poucos. A cidade desfeita, demolida, habitada por meia dúzia de resistentes (no meu círculo. Outros haveria). Não por heroísmo ou estoicismo. Nada disso.

Questão de gozo, de revolta, de vida.

Lembro-me do café com brandy nas tascas da Plaka... Lembro-me de mais coisas do que agora quero aqui contar. 

Hoje vejo este corpo que se desfaz e o vinho que lhe falta, coitado e penso na Plaka. Estúpido de mim!


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