27.8.20

Se calhar

Cheira a pataniscas de bacalhau, está um calor infernal, a música alterna entre o bom e o medíocre, os Bailey's esvaziam-se depressa de mais; se alguém consegue escrever nestas condições que ponha o braço no ar. Ou no teclado, ou  na caneta, ou na ideia, que às vezes se escrevem coisas bonitas com ela. A porra é passá-las ao papel depois, mas isso é outra história. O papel reduz as ideias que temos quando escrevemos com elas e transforma-as noutras coisas, piores. Por mim, estou-me nas tintas: só ligo ao que fica escrito. O resto leva-o o vento, de quem sou grande amigo - e assim demonstra ele sê-lo meu. Verdade seja dita, tenho a barragem de palavras cheia, não tarda isto começa a entornar. Esta merda deste vírus foi-me para o cérebro, invadiu-o de alto a baixo. Não sei de que cor é, mas se alguém me abrir a mona não encontrará massa cinzenta de certeza. Espero vivamente que alguém descubra a cor desta merda, para saber como chamar à coisa esponjosa que tenho entre as orelhas e por trás dos olhos. Parece-me negra como a estupidez.

Se calhar é.

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