16.3.21

Demónios, sono

Com o despojamento de uma comporta que se abre e vê a água correr em todas as direcções: assim me entrego à noite, à tua ausência, à tua presença, às palavras que o vento não leva, traz. Os demónios voltam à jaula onde passarão as próximas horas a fazer-me companhia. Durante o dia saem, mal os vejo. Acalmam, parecem vacas na pastagem, nem se lhes ouve os sinos. À noite são diferentes. Bailam e batem-se, bebem e gritam, revoltam-se e atacam-me.

É nos seus braços que durmo.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.