17.6.21

Delirios, espelhos

Vivemos num espelho. Onde eu vejo delírio e irracionalidade, o meu amigo pró-Covid vê irracionalidade e delírio. Mas não são os mesmos; isto é, são os mesmos mas invertidos como num espelho. O meu delírio para ele é razão,  a irracionalidade dele é a minha razão. 

Tudo isto seria anedótico se não tivesse as consequências que tem. Às quais o meu amigo e quem pensa como ele é cego. Porque não lhe sofrem as consequências? Não. Neste caso, posso asseverar a sensibilidade da pessoa. 

Isto é: as pessoas que vivem nos arredores e trabalham em Lisboa podem vir trabalhar. Mas não podem vir ao fim-de-semana. Que isto seja visto como racional por uma pessoa inteligente magoa-me. Dói-me. Não por ser meu amigo, mas por ser inteligente. 

A inteligência vestida de retórica faz pensar numa mulher bonita mal vestida: é um desperdício. Antes ser burro e mal vestido.

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