2.7.22

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 02-07-2022 / 2

A hora da sesta aproxima-se como o exército romano no Jesus Christ Superstar. Avassaladora. Uma avalanche de sono induzido. Os clientes hoje já não aparecem de certeza e Palma desvanece-se neste ar condicionado, nesta ausência de ruído - enquanto me lembrar da Cantina ontem à tarde escolherei muito atentamente as mesas para escrever - e na pouca distância que me separa do bote. Agora estará decerto mais fresco. Acho indecente o que me apaixonei por aquele monte de kevlar e carbono.

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Às vezes penso nos empregos normais, aqueles que têm chefes, horários, um lugar fixo para se trabalhar. É o equivalente em mim de um xuto de heroína num toxicómano, suponho.

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Nachos no 7 Machos. Às vezes, descobrir onde se vai jantar é como descobrir o caminho maritímo para a Índia.

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O meu corpo é um permantente campo de batalha entre a vida e a diabetes. De certa forma compreendo: o espaço daquela é bem mais agradável. Só não percebo porque quer destruí-lo. É como a Rússia e a Ucrânia ou aqueles homesn que se casam com uma mulher para a mudar. Tanto eu como esse corpo campo de batalha ficaríamos bastante satisfeitos se diabetes e vida fossem cada uma para o seu lado do ringue e nos deixassem em paz.

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