30.5.09

Rosas e lichies

Bom dia. Quero um ramo de rosas calmamente encarnadas, por favor. No outro dia comprei aqui umas violentamente vermelhas, lembra-se? Pois não serviram para nada. Agora vou experimentar um vermelho mais sereno, mais tranquilo, se tiver. O quê? Acha que o problema não está na calma ou na violência do encarnado? Você, o melhor vendedor de rosas do Universo e arredores acha que eu não devia oferecer rosas vermelhas? Que rosas aconselha então? Transparentes? Não quero rosas transparentes, meu caro. Quero-as encarnadas - profunda, infinita, serenamente encarnadas. E rugosas, por favor; se não fossem rosas, eu ofereceria lichies, que são os frutos mais enganadores que existem, não acha? São os melhores: afastam logo quem pára na superfície das coisas, quem não sabe que a verdade se descasca, também. Talvez devêssemos pôr uns lichies no ramo de rosas, pendurados nos espinhos. Sim, claro que quero que deixe os espinhos nas rosas. Obrigado. Amanhã dar-lhe-ei notícias. Ou daqui a um século, quem sabe?

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.