16.7.09

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I
"Se continuas assim ainda acabo a gostar de ti", disse-me. Respondi: "Não, não acabas. Não começas sequer. Mas não te preocupes com isso: prefiro assim. Ainda acabavas a fazer uma coisa que eu próprio não faço".

II
Depois do pequeno-almoço já tinha, claro, mudado de opinião. Disse-lhe: "Não sei se te amo ou não. Não quero saber. Não quero amar-te. Talvez o amor seja como um duche quente num dia quente de verão: dispensável; ou como um duche frio no inverno. Não sei."

Não sabemos nunca. Não se aprende. O amor é como um dia no oceano: tudo parece igual ao que o precedeu ou ao que está para vir, e não é. Cada dia, como cada corpo, cada pele, olhar, desejo, gesto são diferentes do outro.

III
É uma porra. Quem me matasse o desejo ganharia o Nobel da Paz. Ou o meu amor eterno, vá saber-se.

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