22.7.09

Isto tem um nome

Logo após a divulgação integral do Relatório de auditoria do Tribunal de Contas ao caso Liscont, o Governo, através do Ministro Mário Lino, convocou uma conferência de imprensa e divulgou um extenso documento que, alegadamente, poria em causa as conclusões arrasadoras do Relatório, aproveitando-se do nulo conhecimento que muitos jornalistas e cidadãos em geral têm do funcionamento das auditorias: em termos muito simples, o TC enviou ao Governo um projecto de relatório, para que este exercesse o contraditório. O Governo assim fez e acusou o projecto de relatório de uma série de inverdades e confusões. O TC leu a resposta do Governo e aprovou o Relatório final (naturalmente diverso do Projecto, no qual as queixas e observações do Governo foram devidamente analisadas e consideradas.

Confundir (ou tentar confundir) uma resposta a um Projecto de Relatório com um documento crítico do relatório propriamente dito (Relatório que é posterior e teve em conta o tal documento do Governo, insisto) é, no mínimo, um erro grave. Persistir na tese de que o Relatório do TC contém «erros factuais elementares omissões graves e afirmações infundadas» nem sei bem o que é.

2 comentários:

  1. Tudo isto é absolutamente incrível, Luís, mas não vai haver demissões, nem castigos… a não ser para nós, cidadãos.

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  2. Tenho uma secreta esperança - enfim, agora um bocadinho menos secreta - de que esta seja "a bridge too far" do Sócrates. É de tal forma inconcebível, tão aberrante, absurdo que se não houver punições - sejam eleitorais, sejam de que tipo forem - vou à lixeira descarregar a pouca esperança que ainda tenho, Luísa.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.