4.12.09

Frio

Está frio, finalmente. Como se te tivesses ido embora e me tivesses deixado nu, à noite num deserto. Como se amanhã não existisse (e não existe, forçoso é reconhecer: amanhã é o que fica para trás a cada passo que damos. Tu, por exemplo, já foste "amanhã"; e hoje não passas de uma forma particularmente silenciosa de "ontem"; uma forma nua de deserto).

Tenho frio; não sei como dizer-to, nu à noite num deserto: não quero que penses que estou a pedir-te seja o que for, ou a queixar-me. Nada disso: tenho frio, é tudo.

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