15.4.20

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 15-04-2020

Resumindo muito resumidamente: o nosso central broker (ao contrário do que possa parecer, isto não é inglês. É linguagem universal) - uma peça central do charter (ditto) - pediu-me um antepara estanque. A ideia não é estúpida e eu próprio pensei nisso várias vezes, mas decidi não o fazer pois o pavilhão no qual vamos registar o P. não o exige. Mas uma coisa são as autoridades e outra o mercado. Se me é mais fácil vender lugares com uma antepara estanque, pois venha ela. Com o I. encontrámos uma solução não muito cara e que não obriga a grandes trabalhos. É difícil explicar o gozo que me dá dedicar-me finalmente àquilo que gosto realmente de fazer: tomar conta de embarcações de recreio, preferivelmente de vela. É certo que preferiria fazê-lo a navegar mas é igualmente certo que tudo o que tenho estado a fazer no P. aumentará o meu prazer quando chegar a essa fase.

Consegui também convencer o contramestre da marina a deixar-nos reparar o convés a nado. Vai ser preciso ir para seco antes de começar a época, mas prefiro fazê-lo o mais tarde possível.

Para já, o objectivo número um é sairmos de Mallorca. De momento ainda estamos a trabalhar a meio-gás - só pode estar uma pessoa de cada vez a bordo - mas não é impossível que daqui a um mês façamos as provas de mar. Inch'Allah!

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Entretanto em Portugal a novela principal - desta vez, mais do que justificadamente - tem uma sub-novela. Uma estação de televisão disse qualquer coisa sobre as pessoas do Norte e as armas da revolta levantaram-se em uníssono. Até um presidente de câmara por quem tenho certo respeito - a saber, Rui Moreira - se deixou levar. Não conheço bem o senhor (politicamente, claro. Pessoalmente não o conheço de todo) mas creio que o bairrismo é o ponto fraco dele.

O complexo de inferioridade do Porto relativamente a Lisboa já nao é nada do que foi - feliz e justificadamente - e este tipo de atitudes não serve senão para lhe retardar a agonia.

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Entretanto, os media começam timidamente a pensar que tudo isto vai ter um preço. Daí a reflectirem sobre o seu papel vai um passo de gigante. Que eles não estão prontos a dar, claro.

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Nunca votei nem votaria no PSD, mas lamento o papel de bombo da festa a que Rui Rio se presta. Talvez chegue onde quer - ser o número dois de Costa - e talvez até consiga daí subir um degrau. Espero que não.  O homem não tem uma concepção muito clara do que é uma democracia e como funciona.

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Tinha prometido não falar de política aqui no DV, mas isto não é política. É muito mais do que isso.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.