1.5.23

Diário de Bordos - Dublin, Irlanda, 01-05-2023

Dublin é uma cidade em paz consigo própria. Inspira harmonia e expira amabilidade. Imagino que ao fim de algum tempo seja mortalmente aborrecida, sobretudo para artistas quando jovens. Para não-artistas velhos é bastante agradável. 

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O sistema de transportes públicos funciona bem: do hotel tenho autocarros para onde tenho ido. O único problema está nos pormenores, um problema habitual para quem tenha vivido na Suíça. É uma dúvida permanente,  esta: se o demónio está nos detalhes, a Suíça é a terra deles ou a terra onde não vivem? Por exemplo: o sistema de informação das paragens a bordo dos autocarros. Aqui já me enganei duas vezes (admitidamente devido à habitual mistura de distracção, negligência e burrice). Em Genebra não consigo enganar-me, por mais que tente: os monitores que indicam as paragens não o permitem, porque discriminam não só a próxima paragem mas também as três ou quatro seguintes (e a quantos minutos estão, um suíço sem um tempo seria como o mar Morto sem sal). Outro exemplo: os solavancos. Contudo destes não vale a pena falar. Não são pormenores. 

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Fui à The Last Bookshop, prometendo a mim mesmo que seria só para fazer duas ou três fotografias e não para comprar livros.

Cumpri metade da promessa.

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Voltemos à questão de há pouco: se o diabo está nos pormenores, a Suíça é um país de diabos ou um país sem eles?

Aceito palpites, achismos e opiniões fundamentadas. (A minha resposta - se a tivesse - seria uma mistura dessas três. Felizmente não tenho, o que remete a pergunta para as categorias "retórica" e "como adormecer esta noite".)

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