4.5.05

Doce e boa Lisboa

O Restaurante Palmeira é bonito, tem um vinho tinto sublime - digo-o sem ironia: é muito bom, e com o que sobrar da pequena garrafa que se obtém encomendando um copo podem pintar as paredes da adega ou tingir os sofás da sala.

Lisboa é a melhor cidade do mundo, porque é a única cidade civilizada que conheço onde se pode engraxar os sapatos, comprar um pingalim de dressage lindo e almoçar no restaurante Palmeira por pouco mais de uma vintena (já uma vez engraxei os sapatos no Porto, mas depois comi pessimamente - o que no Porto é difícil - e além disso o Porto não é bem uma cidade civilizada, apesar de parecer e apesar de lá ter os ingleses do vinho há tanto tempo).

No Restaurante Palmeira a média de idades é ligeiramente superior a 60 (anos), o que só por si indicia, como diria eu se fosse jornalista, que estamos no sítio certo para, mais do que comer bem, sermos apaparicados. A carta é dilemática, multi-dilemática: como escolher entre Caras de Bacalhau com Grão e Corvina Cozida (ambas a seis euros)? Como resistir a passar fome até amanhã e não encomendar já uma cabeça de Pescada a 12 euros (para duas pessoas, claro, e infelizmente só por encomenda)? Como resistir à simpatia do Sr. Rodrigo e não encomendar a carta toda, uma dose de cada, só para experimentar - Sr. Rodrigo esse que não me fez pagar a aguardente só porque não gostei dela?

O Restaurante Palmeira é bonito, serve comida boa, barata e rápida, e fica situado na Rua do Crucifixo, 69 - 73 (é nestes momentos que aprecio o facto de o Don Vivo ter tão poucos leitores: posso revelar estes endereços sem depois precisar de começar a reservar o restaurante com três meses de antecedência).

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.