3.12.15

Diário de Bordos - Cole Bay, Sint Maarten, Antilhas Holandesas, 03-12-2015

Há uma espécie de satisfação infantil em voltar a um lugar onde se viveu e ouvir muita gente dizer-nos "good to see you again", "c'est bon de te revoir", "é bom ver-te".

Mas não é por ser infantil que é menos bom. Hoje o que mais me surprendeu foi o genuíno prazer dos chineses da frente. Até o marido, circunspecto e reservado sorriu quando me viu.

Prazeres simples mas reconfortantes.

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Comprei um livro. Enfim, é mentira. Não o comprei. Saltou-me para as mãos e tentei repô-lo na estante mas não entrava. Pasta de dentes fora do tubo, leite entornado, amor arrependido.

Uma compilação dos textos de Edgar Morin no Le Monde de 1963 até agora por doze euros.

Para comparar: comprei igualmente um bloco-notas Clairefontaine de capa rígida pelo mesmo preço.  Há aqui qualquer coisa que me escapa, mas agora não estou em modo pesquisa.

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A vantagem de St. Maarten sobre Antigua é a proximidade da França.

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Terça-feira vou para Lisboa. Hesitei entre Lisboa e Genève. Não foi fácil.

Nada é fácil quando se vive. Talvez seja essa uma medida: quanto mais difíceis as escolhas mais vives.

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Penso com nostalgia antecipada no dia em que serei de um lugar. Adorno tinha uma frase sobre os criadores que criam os seus precursores. Como dizer o mesmo de quem cria as suas raízes?

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