29.6.18

O fundo de Palma e outras superfícies

É tão fácil uma pessoa apaixonar-se por Palma como é a um homem enamorar-se de uma senhora que nunca viu mas lê todos os dias: não caímos pelo que vemos, mas pelo que pensamos do que vemos.

Veja-se hoje, por exemplo (mas é assim todos os dias):
- Zero buzinadelas, carros a parar para me deixar passar, ou a pedirem desculpa por terem avançado um pouco, e assim por diante;
- Pintxos e um copo de tinto no meu "irmão" galego;
- Tapas e copos de tinto no Bar Rita;
- Complemento ao supra: o vinho está à temperatura correcta nos dois estabelecimentos;
- Vermutes na Sifoneria, que afinal não fechou;
- Palma, Palma, Palma por todos os lados;
- (Não menciono o trabalho, que está na raiz disto tudo e como as raízes deve ficar por trás, ou por baixo, ou seja onde for que não se veja).

Isto é. Clarificando: um gajo sabe que está à superfície de Palma como está à superfície da senhora que lê (sem jogo de palavras); mas sabe igualmente que uma superfície que começa assim não tem fundo, porque vê beleza e o que não vê é belo também, ele sabe.

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