26.10.20

Reedição - Irracionalidade II (02-02-2008)

A esmagadora maioria das pessoas é, obviamente, inteligente - mas é igualmente óbvio que essa mesma maioria é pontualmente capaz da mais total irracionalidade (infelizmente, a minoria em que a irracionalidade é permanente também é esmagadora).

Essa irracionalidade temporária, pontual, episódica tem várias origens: a facilidade (é mais fácil reagir cegamente a uma situação qualquer - agradável ou desagradável - do que tentar percebê-la); a ignorância (se se ignora a lógica que está por trás de um determinado comportamento e o percebe como "estúpido" - isto é, desprovido de razão - tende-se a reagir irracionalmente); ou o simples facto de sermos humanos - Edgar Morin, no volume 6 do "Método" (A Ética), diz "a compreensão racional objectiva, desumaniza*".

Se bem haja aqui um problema de lógica: o que é humano é a razão. Ser homem é pensar; não pensar é mais fácil, certo, mas porque será "mais humano"? Porque associamos a humanidade ao erro, à emoção, à irracionalidade, quando é justamente o sermos capazes de nos libertarmos deles que nos define como homens? Estamos mais perto da verdade quando igualamos um comportamento irracional a um comportamento animal.

- a citação é de memória, será verificada posteriormente.

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