29.12.20

Tudo, nada

Vejo-te, mulher, cesta carregada de paz, fruto maduro de se morder para a vida, noite que se alegra ao ver-te, dia que sem ti vagueia sem destino, orla de uma costa desenhada dedo a dedo, sorridente e hospitaleira. Acolhes-me como a luz do farol acolhe o navegante exausto. Passeio-me em ti como no deserto o homem perdido se reencontra repentinamente depois de perder a solidão. 

Trazes-me a paz e eu nada tenho para te dar em troca: tudo contra nada.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.