3.5.21

O mundo, amor

Se estiveres imóvel e à tua volta tudo se mexer; se te moveres num mundo imóvel; se se se se. Não há ses. Há o movimento e o seu contrário, a solidão e o seu contrário, o amor e... O amor não tem contrário. Nada se lhe opõe ou o contraria. Nem um corpo contra o teu, nem um espírito sagaz e sarcástico, nem um dia de sol a quem dizer o corpo que te dá a sombra. Trocar as voltas à memória e recordar-lhe que recordar é ver, ver com os dois olhos. Vejo tão bem hoje aquilo que ontem vi como hoje vejo. O limite da visão é o tempo. Isto é,  a memória. Vejo agora o que ontem vivi é até onde há ontem.

Vejo-me, vejo-te e vejo-nos: se não é isto um espelho.... Se não é isto o tempo... Isto é a visão, a memória, as duas entrelaçadas num canto da galáxia, no miserável planeta do amor.

Isto é o mundo a mover-se, o mundo imóvel, o mundo em ti. O mundo, amor.

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