3.1.23

Diário de Bordos - Genebra, Suíça, 03-01-2023

A ser verdade que não devemos regressar a um sítio aonde fomos felizes, que dizer de um no qual não o fomos? Ou pior: aonde fomos infelizes? Talvez ali voltar seja uma questão de bom senso, não? Corrigir o que fizemos errado, apercebermo-nos de pormenores que passaram despercebidos, sei lá... Ou talvez, mais simplesmente, vermos os efeitos da passagem do tempo em nós e nesse lugar. Não somos os mesmos, ele também não e estamos bem assim, confortados, relaxados. 

A questão é falsa. Só se pode dizer que se foi feliz num lugar se lá se tiver passado pouco tempo. A felicidade é fugaz, como diz a canção brasileira. E, muito provavelmente, retroactiva. Pode - e deve - regressar-se a todo o lado onde já se esteve. A vida é uma sequência de círculos sobrepostos, não uma estrada recta no deserto. Pelo menos a minha.

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