2.4.21

Diário de Bordos - Genebra, Suíça, 02-04-2021

Vou passar o fim-de-semana a casa do J. no cantão de Berna. Jura Bernois, para ser mais preciso. As temperaturas caem para níveis relativamente baixos: a máxima dos três dias vai ser um grau positivo. O resto dos dias têm todos o tracinho antes do algarismo. A ver se isto me arrefece o entusiasmo pelo Jura (sei que não, mas na verdade estou a marimbar-me para a temperatura, desde que tenha roupa para ela). O que me impressionou foi o processo de compra dos bilhetes de comboio. Os CFF adoptaram métodos de estabelecimento de preços dignos de uma companhia aérea. Não vejo razão nenhuma para os privatizar - não há ideologia que valha uma coisa que funciona - mas estas variações nos preços (acoplada a uma panne de informática que me fez ir duas vezes à estação) deixou-me pensativo.

Os correios também estão a avaliar a privatização do banco postal. Sabiamente escolheram um socialista para gerir o projecto - às papas e bolos alguém devia acrescentar as palavras, às quais a modernidade atribui poderes mágicos. Suporíferos, na verdade.

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Na Migros da estação exigiram-me que pusesse gel nas mãos para entrar. Mandei-os passear e vim-me embora. Prefiro um colombo sem fenogrego a pactuar com idiotices. Disse ao homem que sou alérgico, mas ele insistiu na «obrigatoriedade». Não insisti: estava muita gente na fila para entrar e de qualquer foma de nada teria servido precisar-lhe que a minha alergia é à connerie, não ao gel. De qualquer forma o colombo vai ser um exercício de flexibilidade, tolerância e criatividade. Mais fenogrego menos fenogrego não mudaria grande coisa.

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We belong together, cantado pela Ricki Lee Jones, é uma canção que não me larga. É tão bonita. Era dedicada ao Tom Waits, diz-me o google. 

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