Não sei por onde começar: se por um Diário de Bordos se por um poema extraordinário que hoje li no Facebook. É de um senhor chamado André Barata e fala de raízes, árvores, lugares e de como no fundo somos nós os lugares, o lugar de todos os lugares. Baldwin: "o mundo é mais pequeno do que o viajante que nele viaja" (a citação é de memória mas está próxima do original, espero).
O mundo somos nós, levamos connosco as raízes e um dia elas dizem-nos para onde querem ir. E nós obedecemos, que remédio.
Isto num dia feito de lugares: Puerto de Andratx, Es Capdella (gosto deste nome, vou investigar se tem alguma relação com escapadela) - ando à procura de uma casa no campo para a recta final desta estadia sem fim - Palma. Fui ao Clube Náutico e estava justamente a reflectir sobre lugares quando li o poema. Os clubes náuticos são todos iguais e cada um é único, como os lugares e nós.
De resto, pouco nada a dizer: a instalação do motor do P. está finalmente em andamento; não tem havido contactos com o director da marina; o programa futuro do P. desenha-se pouco a pouco, passo a passo, como uma escultura sai do desenho que lhe deu origem. Em breve mais uma mudança de casa, mas esta será mais fácil porque vai ser feita por etapas: deixar esta casa, passar uns dias em Lisboa, voltar para Palma e levar os sacos para a próxima estação.
Os dias arrefecem, quase imperceptivelmente. Começa pelo final da tarde, um ligeiro arrepio quando se apanha de repente a brisa do mar. Depois volta ao antes, mas de madrugada acordo e já pergunto onde está o lençol de cima (a pergunta é retórica, naturalmente). E assim, milímetro a milímetro o tempo diz-me que é tempo de me ir embora.
Como se a vida fosse desenhar linhas no mapa-mundo... Não é. É encontrar um lugar para as raízes.
O mundo somos nós, levamos connosco as raízes e um dia elas dizem-nos para onde querem ir. E nós obedecemos, que remédio.
Isto num dia feito de lugares: Puerto de Andratx, Es Capdella (gosto deste nome, vou investigar se tem alguma relação com escapadela) - ando à procura de uma casa no campo para a recta final desta estadia sem fim - Palma. Fui ao Clube Náutico e estava justamente a reflectir sobre lugares quando li o poema. Os clubes náuticos são todos iguais e cada um é único, como os lugares e nós.
De resto, pouco nada a dizer: a instalação do motor do P. está finalmente em andamento; não tem havido contactos com o director da marina; o programa futuro do P. desenha-se pouco a pouco, passo a passo, como uma escultura sai do desenho que lhe deu origem. Em breve mais uma mudança de casa, mas esta será mais fácil porque vai ser feita por etapas: deixar esta casa, passar uns dias em Lisboa, voltar para Palma e levar os sacos para a próxima estação.
Os dias arrefecem, quase imperceptivelmente. Começa pelo final da tarde, um ligeiro arrepio quando se apanha de repente a brisa do mar. Depois volta ao antes, mas de madrugada acordo e já pergunto onde está o lençol de cima (a pergunta é retórica, naturalmente). E assim, milímetro a milímetro o tempo diz-me que é tempo de me ir embora.
Como se a vida fosse desenhar linhas no mapa-mundo... Não é. É encontrar um lugar para as raízes.